"Chinese Female Kung-Fu Superheroes" _more poems on Barbie
"Chinese Female Kung-Fu Superheroes"
are real. They jump from roof-top
to roof-top, do a backward flip
down to the concrete floor and land
perfectly on two feet.
The metal of swords clang,
the body moves with the precision
of a praying mantis striking
its prey.
Their dresses are colorful, long
and lacy, billow and flair
with each turn and twist.
Jewelry in the hair dangles and sparkles.
Chinese female kung-fu superheroes
are smart, fight bad guys, do good deeds,
and risk their lives.
They appear when least expected.
Chinese female kung-fu superheroes
never give up. They travel often alone
by foot through mountains. They work hard
training to master various martial arts forms.
They do not care about Barbies,
those plastic dolls of only one hair color
that just looked pretty in the 80's. They aren't
impressed; they do not want a boring life.
Chinese female kung-fu superheroes venture out
and save cities against villains. They steal into the night
in their black ninja-like suits, soundlessly through a house
to recover a magical sword and to release a prisoner,
knowing exactly where to press with their two fingertips
to freeze the guards and to accomplish their mission.
Fonte
Na
continuidade da nossa aula, deixo algumas notas de leitura sobre este poema de
2012, escrito por Teresa Mei Chuc, autora de origem vietnamita que cresceu e
vive nos EUA. Evocando uma personagem ficcional equiparável aos heróis de ação
chineses, o texto reclama o agenciamento feminino, através da combinação de
atributos tradicionais de beleza (nomeadamente o vestuário, "Their dresses are colorful, long / and
lacy", e as joias, "Jewelry in the hair dangles and sparkles.")
com uma série de qualidades comummente associadas ao masculino, tais como a
persistência, a resiliência física e o empenho no autoaperfeiçoamento (vide
estrofe 6), combinadas com a elegância (ilustrada pela série de movimentos
acrobáticos descritos no início do poema), a coragem e o sentido de serviço à
comunidade (“Chinese female kung-fu
superheroes venture out / and save cities against
villains”). Estas competências quase sobre-humanas são contrastadas com a vida
aborrecida da boneca Barbie, encapsulada numa década passada (“those plastic
dolls of only one hair color / that just looked pretty
in the 80's”); na verdade, porém, Mei Chuc reconhece o impacto contemporâneo
deste instrumento de socialização de género na perpetuação de estereótipos de
identidade associados à passividade consumista. A tensão entre as políticas de
identidade representadas pela Barbie e a narrativa de empoderamento feminino
aqui recriada é apontada através da antítese entre a suposta veracidade das
super-heroínas de Kung-Fu chinesas (declarada no primeiro verso) e o contexto
de realismo mágico denotado pelo instrumento de poder mencionado na última
estrofe (“a
magical sword”). Este elemento auto-reflexivo convida as leitoras a
considerarem o impacto das histórias e dos brinquedos (aparentemente anódinos)
no processo de subjetivação das crianças.
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