Mad Men 7 : Identidade de género


A série Mad Men retrata de um modo bastante realista o sexismo no local de trabalho na década de 1960 (veja-se a cena do assédio no elevador logo no início deste episódio ou a lição que Joan Harris dá à jovem colega Peggy Olson sobre as funções da secretária, entre mãe, criada e amante) e a misoginia (evidente no primeiro encontro entre Don Draper e Rachel Menken). Analisem a cena aqui apresentada tendo em conta as políticas de identidade de género da época e o modo como o corpo da mulher tende a ser instrumentalizado numa perspetiva moralista não isenta de hipocrisia (como evidencia o facto de o médico ser amante de Joan e a vilipendiar).
Leiam este artigo com uma leitura feminista da série e ainda este outro sobre o uso de contracetivos, nomeadamente deste aqui receitado (verão que há uma discrepância em termos da data histórica da sua comercialização livre e a data do calendário que aparece nesta cena como recurso de contextualização).

Comments

  1. Esta série tem grande abundância de cenas que representam o sexismo na década de 1960, cenas machistas, cenas de assédio e comentários feitos ás mulheres. E como habitual, a mulher não se encontra em posição para dar uma resposta a todos os cenário nos quais se sente desconfortável, pois tem que manter uma certa postura que lhe é atribuída na sociedade.

    Recorrendo ao exemplo da Peggy ao visitar um médico, este mostra uma certa "preocupação" de a Peggy querer usar métodos contraceptivos (como comprimidos, que apenas funcionam como prevenção de gravidez indesejada e trazem mais liberdade a mulher quanto a sua vida sexual) apesar de não estar casada. O comentário do médico «I wouldn't like to think that putting a woman in this situation is not going to turn her into some kind of STRUMPET.» e a afirmação seguinte de «Easy women don't find husbands» mostra o quanto as mulheres que seguiam um estilo de vida de "mulher solteira" eram criticadas e "desaprovadas". E sabendo que estes comentários foram ditos pelo próprio médico a uma paciente ridiculariza ainda mais a situação.

    Outro exemplo ao qual se pode recorrer é quando Paul, o executor de contas de 26 anos, diz a Penny que, visto que esta mudou-se para cidade, pode passar a vestir coisas mais curtas que dê para ver as suas pernas e que a fizessem parecer mais feminina e mais mulher. Neste caso só se vê a materialização do corpo feminino e como o homem tem desejo de o ver uma forma (mais descoberto, mais feminilizado) do que outro, já que se tem uma estampa para mulher seguir. Isto pode até ser uma alegoria a sexualidade da altura.

    No entanto vê-se um certo machismo das próprias mulheres de uma para com a outra. Isto acontece quando se fala da máquina de escrever, por exemplo. Uma das secretárias, Joan, diz a Penny para esta não se preocupar muito com a visual complexidade da máquina, já que esta foi construída de uma forma fácil o suficiente para uma mulher poder usá-la. Sendo ou não, feita a pensar na mulher e como esta viria a utilizá-la, a mulher como o homem tem capacidade de aprender e esse comentário seria, portanto, desnecessário. No entanto como se vivia numa sociedade machista e sexista, a própria mulher se comportava segundo estes conceitos.


    Antonina Sofilkanych nº154401

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