"Pretty Hurts"

Olá, estimados colegas. Há umas aulas atrás, quando falamos do capítulo 3 de Ways of Seeing, de John Berger, nomeadamente sobre o conceito de perfeição, eu recordei-me da música da cantora Beyoncé – "Pretty Hurts", presente no seu disco homónimo de 2013.
Ao longo do videoclip é revelado o sacrifício que é feito pelas mulheres em relação à beleza, para obter o corpo que o mercado define como ideal. Para ilustrar isto no videoclip surgem momentos em que a cantora tem ações que vão em busca da perfeição desejável aos olhos da sociedade. A meu ver, a questão que se coloca é até que ponto prescindimos da liberdade individual para agradar a uma sociedade de consumo, marcada pela efemeridade, que que veicula imagens obedecendo a padrões impossíveis.

Abaixo coloco a letra da música e o respetivo vídeo. Comentem. 

                                                                                                                                                           

[Harvey Keitel:] Ms. Third ward, your first question - what is your aspiration in life?
[Beyoncé:] Oh... My aspiration in life... would be... to be happy.

(Uh huh huh)
(Uh huh huh)
(Uh huh huh)

[Verse 1:]
Mama said, "You're a pretty girl.
What's in your head, it doesn't matter
Brush your hair, fix your teeth.
What you wear is all that matters."

[Pre-Hook:]
Just another stage, pageant the pain away
This time I'm gonna take the crown
Without falling down, down, down

[Hook:]
Pretty hurts, we shine the light on whatever's worst
Perfection is a disease of a nation, pretty hurts, pretty hurts
Pretty hurts, we shine the light on whatever's worst
We try to fix something but you can't fix what you can't see
It's the soul that needs the surgery

(Uh huh huh)

[Verse 2:]
Blonder hair, flat chest
TV says, "Bigger is better."
South beach, sugar free
Vogue says, "Thinner is better."

[Pre-Hook:]
Just another stage, pageant the pain away
This time I'm gonna take the crown
Without falling down, down, down

[Hook:]
Pretty hurts, we shine the light on whatever's worst
Perfection is a disease of a nation, pretty hurts, pretty hurts (pretty hurts)
Pretty hurts (pretty hurts), we shine the light on whatever's worst
We try to fix something but you can't fix what you can't see
It's the soul that needs the surgery

[Bridge:]
Ain't got no doctor or pill that can take the pain away
The pain's inside and nobody frees you from your body
It's the soul, it's the soul that needs surgery
It's my soul that needs surgery
Plastic smiles and denial can only take you so far
Then you break when the fake facade leaves you in the dark
You left with shattered mirrors and the shards of a beautiful girl

[Hook:]
Pretty hurts, we shine the light on whatever's worst (pretty hurts)
Perfection is a disease of a nation, pretty hurts, pretty hurts
Pretty hurts, we shine the light on whatever's worst
We try to fix something but you can't fix what you can't see
It's the soul that needs the surgery

[Outro:]
When you're alone all by yourself (pretty hurts, pretty hurts)
And you're lying in your bed (pretty hurts, pretty hurts)
Reflection stares right into you (pretty hurts, pretty hurts)
Are you happy with yourself? (pretty hurts, pretty hurts)

You stripped away the masquerade (pretty hurts, pretty hurts)
The illusion has been shed (pretty hurts, pretty hurts)
Are you happy with yourself? (pretty hurts, pretty hurts)
Are you happy with yourself? (pretty hurts, pretty hurts)

Yes
Uh huh huh


Samuel Santos, 51049

Comments

  1. O post que eu fiz também está totalmente interligado com este assunto - a pressão que as mulheres sofrem nos dias de hoje para serem perfeitas. É muito triste o facto de muitas delas não se aceitarem e se sacrificarem como disseste, para terem uma aparência mais "digna de ser mostrada ao mundo".
    "Pretty hurts, we shine the light on whatever's worst
    Perfection is a disease of a nation, pretty hurts, pretty hurts".
    Esta parte da música na minha opinião diz tudo; as mulheres nasceram para ser perfeitas e nem mesmo no seu pior interiormente, o podem mostrar exteriormente. No entanto e felizmente, ainda há casos que tentam quebrar com estes paradigmas que tornam as mulheres prisioneiras dentro do seu próprio corpo.

    Beatriz Sousa 52013

    ReplyDelete
  2. Para mim, a frase que mais me marca nesta música é "It's the soul that needs the surgery." Emociona-me quando oiço a música, sinceramente. Não é o corpo que precisa de mudar, não é o corpo que precisa de alterações. É a alma/a mente; a forma de pensar. Precisamos de entender que não temos de ser perfeitos, não temos de mudar nada fisicamente para nos sentirmos bons o suficiente. É quase um cliché, mas somos todos diferentes e isso é fantástico! Não teria graça nenhuma se fossemos todos iguais. E hoje em dia, tantos de nós usamos exactamente as mesmas roupas, os mesmos penteados... Não podemos perder o nosso estilo próprio, cada um é especial à sua maneira, não temos de tentar ser iguais a ninguém. Isto é difícil, claro, e acredito que todos nós já nos comparámos a alguém ou desejámos ser mais como certa pessoa, mas é isso que tem de mudar. A última frase da música "Are you happy with yourself?" também nos deixa a pensar se somos verdadeiramente felizes com aquilo que somos. É uma música de que gosto muito.

    Beatriz Brôco 52050

    ReplyDelete
  3. Olá colegas!

    Como a Beatriz Sousa referiu, as mulheres são prisioneiras no seu próprio corpo. Estamos sujeitas a viver numa sociedade que se acho no direito de ditar tudo aquilo que devemos fazer. A maneira como nos vestimos, falamos, rimos, existimos. Vivemos numa sociedade onde adolescentes procuram maneiras de irem de encontro com os padrões estabelecidos. Mesmo que isso implique sacrificar a sua própria saúde e bem estar. Há pouco tempo ouvi um cover desta música feito pela Anna Clendening (https://www.youtube.com/watch?v=c1RdgqYLRHY) e no final da música a jovem acrescenta algo da sua autoria que de facto acho que é o essencial para que consigamos libertar-nos desta sociedade altamente tóxica que nos rodeia: "Remember you're beautiful how you are/ Embrace your imperfections and your flaws". Dentro das mesmas temáticas temos também a música "Who You Are" da Jessie J (https://www.youtube.com/watch?v=j2WWrupMBAE), que fala também da pressão sentida para alcançar a perfeição. É uma música de resistência ao "molde" em que a sociedade quer que nos enquadremos. "There's nothing wrong with who you are" é o que a cantora nos diz repetidamente.
    Infelizmente, ainda temos um longo caminho a percorrer até que os padrões de beleza deixem de nos magoar.

    Catarina Coelho
    Nº 146208

    ReplyDelete
  4. Olá, colegas!

    Penso que também se possa aplicar tanto a homens como a mulheres, porque, apesar da Indústria Cultural nos EUA ser muito sexista (em relação às mulheres), também apresenta padrões bastante elevados em relação aos homens, no que toca ao corpo musculado e tonificado.

    Vejamos o exemplo do franchise dos filmes da Marvel que é um género até bastante soft e orientado até para audiências mais novas.
    Em "Guardians of the Galaxy", a Marvel tornou o actor Chris Pratt (que na altura tinha papéis mais cómicos) num sex symbol, pondo-o num regime intenso de treino e dieta para protagonizar uma personagem de um "family friendly movie" (M12).
    E como Chris Pratt, muitos outros tiveram de se submeter a imensos regimes e rotinas, algo que é comum nos filmes de Hollywood...

    Deverão as crianças crescer com estes exemplos? Tanto este como o exemplo da colega neste post?

    Aqui fica o antes e o depois de Chris Pratt

    https://s-media-cache-ak0.pinimg.com/736x/76/04/11/760411ac2e864ef31f8d0235f5afd0cd.jpg


    João Pinto, 137917

    ReplyDelete
  5. Olá colegas!

    Fico feliz por saber que há artistas a trazer este tipo de temas para a música. Com a dimensão e influência que Beyoncé tem, é fácil perceber que qualquer música ou videoclip da mesma serão analisados e desconstruídos.
    Ao tornar a música clara através de letras não complexas e um videoclip a servir como base de apoio para a mensagem que está a transmitir, Beyoncé cria uma ponte entre sí enquanto artista e mulher.
    Enquanto artista tem uma imagem a preservar que teve que construir ao longo da sua carreira. Ou seja acaba por criar uma “falsa” imagem de si própria. Como mulher consegue interagir com a sua audiência num tópico que todas as mulheres se conseguem relacionar.

    Rita Custódio
    50275

    ReplyDelete

Post a Comment

Popular posts from this blog

Role reversal

America's Next Drag Superstar!

"Chinese Female Kung-Fu Superheroes" _more poems on Barbie